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Povos originários ainda lutam por acesso aos direitos básicos de saúde

Atualizado: 20 de abr. de 2023





Nesta quarta-feira, 19 de abril, é o Dia Nacional dos Povos Indígenas. Se formos pensar na saúde dos povos originários no Brasil, será que há motivos para comemoração?


Infelizmente, e ainda que em meio a avanços e conquistas, a resposta é negativa. Apesar da longa trajetória de luta dos mais de 300 povos indígenas existentes no país por seus direitos, é possível afirmar, de forma geral, que pessoas indígenas adoecem e morrem significativamente mais do que a população não indígena por causas evitáveis, o que revela iniquidades em saúde e injustiça social. “Adoecer e morrer por causas evitáveis é inaceitável”, afirma o professor Maurício Leite, do Departamento de Nutrição da UFSC e membro do GT de Saúde Indígena da ABRASCO.


Dentre os agravos de saúde mais prevalentes na população indígena, de acordo com o pesquisador, podem ser mencionados diarreia, infecções respiratórias agudas, desnutrição infantil, tuberculose, hipertensão arterial, obesidade e diabetes tipo 2. Aos obstáculos políticos enfrentados para a garantia do direito a seus territórios, somam-se dificuldades no acesso à atenção à saúde, a falta de saneamento básico e de políticas públicas específicas como alguns dos fatores apontados como causas determinantes desse panorama amplamente desfavorável.


De acordo com artigo publicado na revista The Lancet Global Health, em 2022, que tem base em estudo liderado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), as crianças indígenas têm 14 vezes mais chances de morrer por diarreia, se comparado a crianças brancas. Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que 55% dos indígenas que vivem em aldeias não possuem acesso à água potável e 36,1% dos domicílios cujo responsável se declarou indígena não possuem banheiro, de acordo com o CENSO IBGE de 2010.


“A falta de saneamento básico e de água potável pode causar diversas infecções e problemas, como a diarreia e o parasitismo intestinal, o que acaba causando desnutrição e falhas no crescimento físico e no ganho de peso nas crianças indígenas. Esses corpos fragilizados acabam ficando vulneráveis à ocorrência de infecções, como as respiratórias, e a quadros mais graves e prolongados, quando acometidos por elas”, afirma Leite.


Neste dia 19 de abril e em todos os outros, nós do Portal Health Connections torcemos e lutamos para uma saúde mais inclusiva e acessível, onde todas as pessoas tenham seus direitos básicos assegurados e para que as doenças de causas evitáveis sejam de fato evitadas e erradicadas.








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